sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Presente, natureza

Era agosto, uma manhã fria, daquelas aos quais nosso corpo não parece ter sido desenhado a suportar, mas estava linda. O céu cinzento aos poucos se transformava em azul claro, gerando um degradee interessante. As pessoas caminhavam pela cidade com o mesmo interesse por suas cores, como uma distração ao incômodo gerado pelo frio. A mim tudo era novidade e, portanto, fazia feliz.

Calçada por calçada, quarteirão por quarteirão, distraía- me com as raras folhagens das árvores secas; a beleza de seus galhos, desapercebidos pelo costume de se admirar o verde, assim eu caminhava. Parava alguns instantes, ria da travessura de um pássaro ou de um cachorro que felicitava a chegada de um amigo e, após seguia. 

Em meio a modesta alegria gerada pelo poder felicitar a vida, deparo- me,  junto a casarões antigos, com uma imagem que também demonstrava sinais de seu tempo, sem reparos, nem mesmo uma nova camada de tinta branca, porém fascinante. 

Seu semblante não havia perdido o amor de mãe esperado pelo seu autor, seu olhar se dirigia com ternura a uma criança em seu colo, parecia esperançosamente sofrer. Mas, a natureza invejosa pela atenção gerada à criação humana, resolveu em sua travessura mostrar que era indispensável.  Alguns passos mais, o sol encaminha um raio... Pura... Poesia.. A vida. 




Por mim... San Martin de los Andes... Agosto/13